- by AH! Natu
- 5 de abril de 2021
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O chá é a bebida mais consumida do mundo, depois da água, só nos Estados Unidos estima-se que as importações de chá tenham aumentado 400% desde a década de 1990. Com sua tradição milenar, o chá passou a ser reconhecido como terapia complementar para diversas condições de saúde, já que faz uso dos benefícios terapêuticos das ervas.
No século XVII, saiu da China e popularizou-se no Reino Unido, estabelecendo-se e tornando-se parte da cultura britânica através do célebre “chá das 5”. Desde então, a variedade de chás cresce a cada dia, assim como o entendimento sobre suas propriedades energéticas, relaxantes, detoxificantes, diuréticas, anti-inflamatórias, entre tantas outras.
Devido à alta demanda, passou a ser necessário produzir ervas de chá em grande escala e em todo o mundo, em lugares variados, bem como há necessidades crescentes de plantas para a produção dos variados tipos de chás que existem atualmente. Com base nas informações da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação em relação à produção global de chá, os 10 países que mais cultivam chá no mundo são:
1. China
A China deu início à tradição do chá e continua sendo, indiscutivelmente, a maior produtora do mundo, com uma produção anual estimada em cerca de 1,7 milhão de toneladas. As principais habilidades de produção do país não são uma surpresa, já que a bebida tem toda uma história na China. Diz a lenda que o chá foi descoberto no país pelo imperador Shennong. Desde então, passou a ser consumido corriqueiramente e, até hoje, é parte importante de diversos rituais culturais chineses.
Entre as variedades de ervas produzidas na China, estão: chá-verde, oolong, chá-branco, pu-erh, chá-amarelo, chá de jasmim, entre outras.
2. Índia
A Índia é um país com regiões montanhosas, ideais para o cultivo de chá e, por isso, é o segundo maior produtor do mundo, com uma média de cerca de 900 mil toneladas produzidas ao ano. A indústria do chá na Índia começou a crescer depois que a bebida se popularizou na Grã-Bretanha. A Companhia Britânica das Índias Orientais passou a converter lotes de terra de sua colônia leste-asiática, especialmente, para produzir chá.
Até hoje a Índia produz grandes quantidades também para consumo interno, já que 70% de sua produção são utilizados para consumo próprio e apenas 30% são destinados à exportação. Um dos chás mais consumidos nos Estados Unidos, por exemplo, é produzido na Índia e traz uma mistura exótica e picante de ervas, denomina-se “chai” e é comumente consumido com leite. A Índia, entretanto, é produtora exclusiva das variedades Assam e Darjeeling.
3. Quênia
Diferente de outros países produtores de grandes quantidades de chá, o Quênia não possui muitas grandes plantações, mas cerca de 90% das ervas cultivadas no país vêm de plantações em pequenas propriedades de menos de um hectare. Este é um cenário admirável, uma vez que o projeto agrícola nacional conseguiu se movimentar para gerar uma produção aproximada de 369 mil toneladas de chá ao ano.
Na tentativa de acompanhar a concorrência dos outros países, o Quênia mudou seu foco para inovação, pesquisa e desenvolvimento, tornando-se líder em novas variedades que crescem de forma mais abundante e são mais resistentes às mudanças climáticas, o que resulta na produção de chás artesanais únicos.
4. Sri Lanka
Foi na cidade de Kandy, que, em 1867, o britânico James Taylor deu início a uma pequena plantação de chá no país. Com 8 hectares de área, lentamente, a plantação foi cultivada e começou a ser exportada do Ceilão. O fato chamou atenção de Sir Arthur Conan Doyle, escritor da obra de Sherlock Holmes. Desde então, a indústria do chá no Sri Lanka cresceu a partir do terreno original, ampliando para mais 19 hectares e chegando a uma das maiores produções do mundo, com cerca de 295 mil toneladas ao ano.
A indústria do chá no Sri Lanka emprega, aproximadamente, 1 milhão de trabalhadores e o método de plantio utilizado é o de contorno, cujos arbustos são plantados em linhas que seguem os contornos da terra. Anteriormente conhecida como Ceilão, a nação que hoje recebe o nome de Sri Lanka produz três principais variedades, que são: Ceilão negro, Ceilão verde e Ceilão branco.
5. Turquia
A produção anual aproximada do chá na Turquia é de 225 mil toneladas, que, surpreendentemente, são quase integralmente vindas de cultivos de uma pequena região localizada perto da cidade de Rize. De clima úmido e com localidade próxima ao Mar Negro, as condições para a produção das ervas são ideais. O principal produto é o chá-preto, conhecido também como chá turco ou chá de Rize.
Enquanto o café turco é mundialmente famoso, a cultura do chá na Turquia também é popular e há um ritual bem específico para a preparação dele. Tradicionalmente, ele é feito em um samovar, onde a bebida é concentrada e, posteriormente, diluída com água quando for servida. A indústria do chá tem força na Turquia, mesmo com a produção de poucas variedades, pois a tarifa de importação é muito alta para chás estrangeiros, estimulando o consumo nacional.
6. Indonésia
A Indonésia começou a produzir chá nos anos de 1700, a bebida foi inserida na cultura do país através da colonização holandesa. A cultura do chá, todavia, não se popularizou no país da mesma forma como em outras colônias europeias. Mesmo assim, a produção anual estimada no país é de 150 mil toneladas, com 65% da produção sendo destinados à exportação.
A produção do chá na Indonésia é concentrada predominantemente no chá-preto, ainda que, em pequenas quantidades, o chá-verde também seja produzido. Além disso, são cutivadas muitas variedades populares pelo mundo, pois grande parte da safra do país é utilizada em misturas com outras ervas.
7. Vietnã
A primeira plantação de chá no Vietnã se deu em Pho Tho, em 1880, introduzida pelos franceses. A indústria se expandiu rapidamente e, na década de 1950, os vietnamitas passaram a ser grandes exportadores da Europa e África. Durante a Guerra do Vietnã, a indústria ficou estagnada, começando a renascer na década de 1980. Atualmente, a produção anual do país é de cerca de 216 mil toneladas.
O cultivo do chá do país conta tanto com grandes empresas munidas de tecnologias e maquinário moderno quanto com produtores independentes, que produzem quantidades limitadas de ervas artesanais. As variedades produzidas são diversas, mas cerca de 60% são de chá-preto, embora o país também produza variedades de chá de lótus e de jasmim, além de variedades exclusivas, como o Shan Tuyet, um chá feito a partir de árvores nativas encontradas em apenas algumas regiões do país.
8. Japão
Das quatro principais ilhas do Japão, três possuem as condições ideais para a produção do chá. Por isso, a produção anual do país gira em torno de 85 mil toneladas e a maior parte é para consumo interno, com exportação de menos de 2% da produção. A variedade mais produzida é o chá-verde, que é a opção padrão e predileta do país.
Os chás-verdes japoneses, por sua vez, são cozidos a vapor e o bancha é a versão mais primária. Porém há bastante variedade de chá-verde, como sencha, genmaicha e hojicha.
9. República Islâmica do Irã
Até o século XV, a principal bebida do Irã era o café, mas sua localização, distante dos países produtores dos grãos, tornou a obtenção da bebida cada vez mais difícil. O chá, por sua vez, passou a ser muito mais acessível graças à relação comercial com a China, denominada “rota da seda”. A bebida à base de ervas começou a popularizar-se e, em 1882, com sementes obtidas da Índia, os iranianos começaram a cultivar seu próprio chá.
Saltaneh, então embaixador iraniano na Índia enquanto esta ainda era colônia inglesa, sabia que os britânicos manteriam os segredos do cultivo de chá guardados a sete chaves, pois esse era um de seus principais negócios no país. O embaixador, então, disfarçou-se de trabalhador para observar as plantações e aprender os segredos comerciais, assim, conseguiu levar algumas amostras para o Irã. As plantações começaram na região de Gilan e a indústria do chá no país teve seu início, hoje, alcançando aproximadamente 32 mil hectares de plantação e com uma produção anual estimada em 83 mil toneladas.
10. Argentina
Atualmente, o chá é uma parte importante da cultura argentina, porém as primeiras sementes só chegaram ao país na década de 1920, vindas da Rússia e China. Os baixos valores do chá na década de 1950, assim como a proibição às importações, fizeram com que a indústria do produto tivesse um crescimento lento no país, mas, devido ao clima variado e à geologia, a Argentina tornou-se um dos maiores produtores do mundo, com uma estimativa anual de produção de 69 mil toneladas.
O chá-preto é a variedade mais produzida na Argentina, com cultivo propiciado pelo clima subtropical, especialmente para as variantes indianas e assamicas. O mate, uma bebida tradicional à base de ervas, é feito a partir das folhas da planta erva-mate e muito popular no país, sendo considerado sua bebida nacional.
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